Apejá Omi Onjé Dìdún

O Candomblé para mim deixou de ser apenas uma religião para se tornar um estilo de vida.

"Huntó Douglas D' Odé"

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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Série "Agotime, a saga de uma rainha" Parte II - A prisão e a viagem


A rainha era conhecida em seu reino pelas histórias que contava sobre seus ancestrais e sobre o culto aos reis mortos. Guardava consigo os segredos do culto a Xelegbatá. Detentora de tais conhecimentos, o novo rei, o Adandozan tratou de manter a rainha Agotime isolada, acusando-a de feitiçaria, e não hesitou em vendê-la como escrava.

O rei Adandozan mandou que levassem Agotime para Uidá, grande porto de venda de escravos, Agotime foi jogada nos porões imundos de um navio e trazida para o Brasil. Desse episódio forjou um dos elos que uniu ainda mais a África ao Brasil, chegou então ao Brasil um corpo escravo, mas um espírito livre, pronto para cumprir a sua saga e fazer ouvir daqui os tambores tocados em Djeje. O sofrimento físico da rainha, traída e humilhada, era uma realidade menor, pois o seu espírito continuava liberto e sobre as ondas a rainha liderou um grande cortejo, cortejo esse que veio acompanhando a então escrava Agotime para cumprir a missão revelada pelo Vodun de Agotime, que era atravessar o oceano e fazer renascer em outras Terras o culto a Xelegbata, a Terra e a peste.


Junto com seu cortejo e sua infinita sabedoria, Agotime trouxe para o Brasil a magia e os mistérios dos ancestrais Dahomeanos através do ritual da pantera negra, ritual que é inspirado nas danças dos povos Djeje e no culto aos Voduns.



Por: Huntó Douglas D' Odé

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