A rainha era
conhecida em seu reino pelas histórias que contava sobre seus ancestrais e
sobre o culto aos reis mortos. Guardava consigo os segredos do culto a
Xelegbatá. Detentora de tais conhecimentos, o novo rei, o Adandozan tratou de manter
a rainha Agotime isolada, acusando-a de feitiçaria, e não hesitou em vendê-la
como escrava.
O
rei Adandozan mandou que levassem Agotime para Uidá, grande porto de venda de
escravos, Agotime foi jogada nos porões imundos de um navio e trazida para o
Brasil. Desse episódio forjou um dos elos que uniu ainda mais a África ao
Brasil, chegou então ao Brasil um corpo escravo, mas um espírito livre, pronto
para cumprir a sua saga e fazer ouvir daqui os tambores tocados em Djeje. O
sofrimento físico da rainha, traída e humilhada, era uma realidade menor, pois
o seu espírito continuava liberto e sobre as ondas a rainha liderou um grande
cortejo, cortejo esse que veio acompanhando a então escrava Agotime para
cumprir a missão revelada pelo Vodun de Agotime, que era atravessar o oceano e
fazer renascer em outras Terras o culto a Xelegbata, a Terra e a peste.
Junto com seu
cortejo e sua infinita sabedoria, Agotime trouxe para o Brasil a magia e os
mistérios dos ancestrais Dahomeanos através do ritual da pantera negra, ritual
que é inspirado nas danças dos povos Djeje e no culto aos Voduns.
Por: Huntó Douglas D' Odé
Nenhum comentário:
Postar um comentário