Passou todo aquele
período conturbado na saga de Agotime, sua missão estava praticamente cumprida,
pois a Casa das Minas estava fundada. Agotime enterrou em terras brasileiras os
segredos das raízes africanas e através de orientações de seu Vodun consegue
se libertar da escravidão, e assim senta no trono da Casa das Minas em São
Luís, onde aquela sofrida e traída escrava que veio dentro dos imundos porões
de navios negreiros volta a ser a Rainha que nunca devia ter deixado de ser,
mas agora não se chama mais Agotime e sim, Maria Mineira Naê. Maria - da região da costa da mina, na
África, herdou Mineira e de seu
vodum Naê.

Legba não é
cultuado na Casa das Minas e é tido como trapaceiro, um ser maligno. Duas
explicações teria este motivo: o sincretismo extremo que caracteriza o Tambor
de Mina, e o fato de Adandozan se dizer “um protegido de Legba” e que depois de
todas suas atrocidades e maldades deixaram o povo Abomenu entristecidos e
inclusive Nã Agotimé.
A
Casa das Minas é exclusivamente de cultura Djeje, sendo seus cânticos em língua
fongbé-ewegbe, e suas divindades são exclusivamente Voduns, não havendo nenhum òrísà
em seu culto (embora se devotem a Yemanjá, por exemplo, mas não há culto
interno para estas divindades). A casa não gerou nenhuma filial, mas sua
estruturação serviu de base para organização das outras Casas de Tambor de
Mina.
Por: Huntó Douglas D' Odé
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