Seu primeiro
destino foi Itaparica, na Bahia, porto do seu destino e terra santa do
conhecimento. Vinda de uma região onde poucos escravos se destinavam ao Brasil,
Agotimé se deparou com muitos irmãos de cor, mas não de religião ou nação.
No
seu encontro com os Nagôs teve o seu primeiro contato com os òrísàs, e através
deles a Rainha escrava teve notícias de seu povo. Por eles soube que sua gente
era chamada de Negros-Minas e foram levados para São Luís do Maranhão. Contaram
que não tinham local para celebrar o seu culto, pois esperavam um sinal de seus
ancestrais. Agotime logo entendeu por quem esperavam.
Dessa
forma a rainha chegou ao Maranhão, Terra da encantaria, magia e muitos mistérios.
Os tambores de Dahomé afinados a fogo e tocados com alma por ogãs, inspirados
por velhos espíritos africanos, ecoam por ocasião de festa pela chegada de
Agotime. Foi no Maranhão que Agotime, trazida para o Brasil como escrava,
voltou a ser Rainha. Sob orientação de seu
vodum, fundou a “Casa das Minas”, de São Luís do Maranhão, em meados do século
XIX.
Por: Huntó Douglas D' Odé
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